Os isquiossurais estendem o joelho?

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A resposta é sim. Durante saltos ou agachamentos (CCF) a extensão de joelho irá ocorrer simultaneamente a extensão de quadril.

Assim, existe uma co-ativação dos antagonistas, isquio e reto femoral. Este é o Paradoxo de Lombard, descrito em 1903, no qual ocorreu maior eficiência no salto quando na presença de sinergia entre os músculos bi-articulares.
Estudos mostram que a aceleração do tronco no salto vertical é devido a ação dos ISQUIOS e GL.MAX (ativação é antecipada em relação ao RF) e como os segmentos corporais estão conectados, ao realizar a extensão do quadril, irá ocorrer a extensão do joelho.

A função primordial dos músculos bi-articulares é redistribuir o força e potência ao longo da cadeia cinética. Assim, o comportamento desses bi-articulares é complexo e totalmente dependente da tarefa, não podendo ser analisado de forma simplista ou apenas anatômica.

 

Crown et al. (JSRC, 2012) demonstraram que um pré-treino de 10 min visando exercícios para os ext. quadril melhorou a potencia no salto vertical em atletas de elite. Além disso, o aumento do trabalho dos extensores do quadril (52%) gerou aumento na intensidade e altura dos saltos.

E as lesões de joelho?

Dor anterior no joelho (SPF ou tendinopatia) podem também estar relacionadas com a fraqueza ou pouca utilização dos extensores do quadril, pois a ineficiência desse grupo muscular durante atividades em CCF pode aumentar a demanda de uso do quadríceps, sobrecarregando o tendão patelar ou a articulação patelo-femoral.

Silva et al. demonstraram que o aumento (50%) do momento dos extensores de quadril durante a aterrissagem do salto diminuiu em 26% a força sobre o tendão patelar. (JOSPT, 2015)

Somado a isso, as mulheres possuem fraqueza dos isquiossurais. Um estudo demonstrou em aprox. 1000 jovens que não há diferença do torque flexor do joelho de meninas entre 9 e 17 anos. Enquanto, o torque dos extensores do joelho aumentou 20%. Já em meninos houve aumento dos dois grupos musculares ao longo da idade (Barber-Westin et al., AJSM). Ou seja, precisamos avaliar o padrão de ativação e força dos isquio, principalmente em mulheres.

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