Influência da temporada na ADM de dorsiflexão do tornozelo em jogadores de futebol

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A amplitude de movimento (ADM) de dorsiflexão do tornozelo é uma importante variável dentro do processo de avaliação. Um movimento restrito dessa articulação está  associado à lesões do membro inferior, como lesões no tornozelo, ruptura do ligamento cruzado anterior e tendinopatia patelar e do calcâneo (Youdas et al., 2009; Wahlstedt et al., 2015; Whitting et al., 2011; Bisseling et al., 2008).

Além disso, pode estar relacionada a lesões musculares em jogadores de futebol após uma partida (Ispirlidis et al., 2008). Uma possível razão para o movimento restrito é que, durante uma partida, há altas demandas de acelerações e desacelerações, tarefas de salto, mudanças de direções e ações excêntricas de alta intensidade que aumentam a rigidez dos músculos e tendões levando a uma diminuição da ADM de dorsiflexão (Seymore et al., 2017; Mizrahi et al., 2000).

As evidências que ligam a prática do futebol à redução da dorsiflexão do tornozelo são escassas. Com isso, o estudo de Pérez et al., 2019 analisou os efeitos agudos e crônicos na ADM de dorsiflexão em 40 jogadores de elite de futebol imediatamente e 48 horas após uma partida competitiva e após uma temporada inteira. Ademais, examinou a relação entre a idade dos jogadores e as demandas externas de um jogo, como distância percorrida, corrida em alta velocidade e acelerações e desacelerações com as alterações da amplitude de movimento.

Para o estudo das adaptações crônicas, a coleta de dados foi realizada em três momentos diferentes ao longo da temporada competitiva: pré-temporada (segunda semana), meio de temporada (quinto mês) e pós-temporada (décimo mês). Já para os efeitos agudos esses três momentos foram: pré-jogo, imediatamente (pós-jogo) e 48 horas após a partida. A ADM de dorsiflexão foi medida usando o LegMotion System Test seguindo a metodologia descrita anteriormente por Calatayud et al., 2015 e as cargas externas de jogo pelo Global Positioning System (GPS).

Os achados do estudo foram:

  1. Efeitos crônicos ao longo da temporada

– Diminuição significativa de 8,1% (dominante) e 9,6% (não dominante) da ADM de dorsiflexão da pré-temporada para o meio da temporada.

– Diminuição significativa de 13,8% (dominante) e 12,5% (não dominante) da ADM de dorsiflexão da pré-temporadapara a pós-temporada.

– Diminuição significativa de 6,29% apenas da perna dominante na ADM de dorsiflexão do meio de temporada para a pós-temporada.

– De acordo com os valores de referência relatados anteriormente por Charlton et al., 2018 em medidas de ADM de dorsiflexão, grande número de jogadores apresentou valores restritos na pós-temporada em comparação com a pré-temporada no membro dominante (27,5%) e não dominante (32,5%).

  1. Efeitos agudos da partida competitiva

– Aumento significativo de 5,8% apenas da perna dominante na ADM de dorsiflexão no pós-jogo comparado ao pré-jogo.

– Diminuição significativa de 2,65% (dominante e não dominante) na ADM de dorsiflexão no 48 horas pós jogocomparada ao pós-jogo.

– Baixa relação entre a diminuição da ADM de dorsiflexão no tornozelo dominante após 48 horas e a idade do jogador.

Com base nesses resultados, os autores ressaltam a importância de avaliar a ADM de dorsiflexão de tornozelo, pois as alterações encontradas podem implicar no aumento do risco de lesões. Além disso, aparenta ser necessário restaurar o valor basal da ADM de dorsiflexão dos jogadores de futebol antes de jogar a próxima partida durante o ano competitivo. Isso pode ser feito a partir de treinos preventivos, com exercícios excêntricos, mobilizações e alongamentos.

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