Atualidades de tratamento e do “return to play” pós entorse de tornozelo

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A entorse de tornozelo é a lesão mais frequente nos esportes de contato e, de acordo com Cloke et al., 2011 e Giza et al., 2003 a incidência é entre 0,324 e 9 por 1000h de atividade. Geralmente as entorses acontecem no máximo de amplitude de movimento, em mudanças de velocidade e de direção (Cloke et al., 2011) e esses riscos aumentam 2 a 5 vezes em jogadores que possuem histórico de lesões anteriores por entorse (Kofotolis et al., 2007; Arnason et al., 2000; Vereijken et al., 2012).

 

O tornozelo possui uma tendência natural para inversão por características anatômicas e somado a instabilidade ligamentar lateral, a entorse por inversão se torna a mais comum, representando 70-91% das entorses em jogadores de futebol de elite (Woods et al., 2003; Kofotolis et al., 2007; Ekstrand et al.,1983; Hawkins et al., 2001). O ligamento talo-fibular anterior é solicitado ao máximo durante a inversão, por esse motivo, geralmente é o primeiro a ser lesionado e pode ser o único afetado (Krips et al., 2006; St Pierre et al., 1983).

 

De acordo com van den Bekerom et al., 2013, atletas que sofrem torção da articulação relatam pontos dolorosos específicos e menor capacidade de suportar pesos, podendo ser visível o edema articular imediato e aumentando as chances de afastamento da prática esportiva. Também foi observado que 60% dos atletas com ruptura ligamentar lateral possuía dor no ligamento tibiofibular anterior inferior (sem ruptura), o que indica provável ruptura da cápsula anterior.

 

As lesões podem ser separadas em 3 graus, porém no tratamento a diferença será apenas do Grau I para o Grau III (D’Hooghe et al., 2020).

 

Durante a fase inflamatória (primeiros 4 a 5 dias), Bleakley et al., 2011 evidencia o uso do protocolo POLICE (proteção, carga controlada, gelo, compressão e elevação). A imobilização prolongada (por mais de 2 semanas) não é recomendada funcionalmente (Petersen et al., 2013; Kerkhoffs et al., 2002), porém por curto período (máximo de 10 dias) pode ser benéfica em caso de lesões graves (Petersen et al., 2013; Lamb et al., 2009).

 

A revisão sistemática de D’Hooghe et al., 2020, recomenda no plano de tratamento conservador a progressão de exercícios, suporte de peso (Kerkhoffs et al.,2007), ganho de amplitude de movimento seguido de exercícios de fortalecimento, treino proprioceptivo e treino funcional dentro da especificidade do paciente, ou seja, atingindo a demanda necessária para a sua prática esportiva. A cirurgia pode ser uma opção para jogadores profissionais por reduzir a instabilidade (Kerkhoffs et al.,2007; van den Bekerom et al.,2013; Kerkhoffs et al., 2012; Petersen et al., 2013), variando com as expectativas do atleta, momento da carreira, lesão combinada, entre outros fatores.

 

O retorno aos jogos deve ser cuidadosamente avaliado de acordo com a restauração das limitações funcionais, condicionamento cardiovascular igual ou melhor que o período pré-lesão e bom estado emocional. O uso de testes de desempenho também é uma ferramenta que possui boa confiabilidade para avaliar o físico do atleta (Kaminski et al., 2013).

É de extrema importância o uso de formas de avaliação e testes corretos para a prevenção de lesões principalmente em atletas de alto rendimento que já possuem esse histórico, respeitando a individualidade de cada paciente. Pensando na otimização do tempo de avaliação, o PHAST é uma excelente ferramenta de avaliação fisioterápica que ajuda a guiar o raciocínio clínico do fisioterapeuta no contexto preventivo. Ficou interessado em saber como o PHAST funciona? Baixe gratuitamente pela App Store ou Play Store e seja PHAST!

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