Qual a importância do tronco e dos membros inferiores na reabilitação do ombro?

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O termo Cadeia Cinética (CC) refere-se à tarefa sequencial específica de ativação de segmentos corporais durante os padrões de movimento funcional (Chu et al., 2016; Kibler et al., 2000). Uma CC eficiente é aquela capaz de gerar, somar e transferir a energia mecânica, contribuindo para a função otimizada (Chu et al., 2016; Martin et al., 2014).

A ineficiência dentro da CC em qualquer “elo” tem o potencial de afetar negativamente a transferência de força para segmentos adjacentes, (Chu et al., 2016; Kibler et al., 2000; Martin et al., 2014) o que pode exigir que outros componentes da cadeia aumentem sua contribuição para acomodar a dissipação de energia, gerando sobrecarga (Chu et al., 2016; Martin et al., 2014). Isso foi postulado por diversos autores como um fator predisponente que aumenta o risco de lesão no ombro e dor em atletas arremessadores (Chu et al., 2016; Kibler et al., 2000; Andersson et al., 2017; Beckett et al., 2014; Endo et al., 2014).

No tênis, a perna e o tronco geram 50%-55% da energia cinética total necessária para o saque (Kibler et al., 2000; Martin et al., 2014). Força de abdução do quadril reduzida e amplitude de movimento do quadril foi associada ao aumento do risco de lesão no ombro e cotovelo em atletas arremessadores (Chu et al., 2016; Andersson et al., 2017; Beckett et al., 2014; Endo et al., 2014; Laudner et al., 2015; Pontillo et al., 2014; Robb et al., 2010). Além disso, taxas substancialmente mais altas de transferência de energia através do complexo do ombro foram observadas durante o saque de tênis em jogadores lesionados em comparação com jogadores não lesionados (Martin et al.,
2014). Por exemplo, a potência de pico dos membros inferiores foi considerada o principal determinante da velocidade de arremesso em jogadores de handebol de elite (Chelly et al., 2010).

Nesse sentido, exercícios de ombro isolados podem não abordar os padrões alterados de ativação muscular global observados em atletas com lesões no ombro (Chu et al., 2016; Cools et al., 2015; Kibler et al., 2000; Wilk et al., 2016).

Os exercícios de ombro isolados podem lidar com déficits de força locais, mas os déficits de força locais não estão necessariamente associados às lesões no ombro (Rio et al., 2016; Brox et al., 1999; Bang et al., 2000; Ludewig et al., 2003; McClure et al., 2004; Walther et., 2004; Ginn et al., 2005). Consequentemente, os fisioterapeutas frequentemente defendem a inclusão de movimentos dos membros inferiores e do tronco em programas de reabilitação de ombros para otimizar a transferência de energia por toda a CC (Chu et al., 2016; Cools et al., 2015; Kibler et al., 2000; Sciascia et al., 2012; Wilk et al., 2016; Magarey et al., 2003).

No entanto, a relevância de uma abordagem levando em conta a CC durante areabilitação não é amplamente compreendida. Assim, Richardson e colaboradores conduziram uma revisão sistemática cujo objetivo principal foi investigar a influência da atividade do tronco e dos membros inferiores na eletromiografia (EMG) e nos padrões de recrutamento muscular ao redor do ombro em uma população assintomática.

Foram encontradas evidências que sugerem que a integração da CC em exercícios de reabilitação do ombro pode aumentar o recrutamento dos músculos escapulares, produzindo menor demanda sobre o manguito rotador.

Dessa forma, é de extrema importância avaliar possíveis “elos” fracos na CC que são fatores de risco para diversas lesões. Nesse sentido, o PHAST é uma excelente ferramenta de avaliação fisioterápica que possui diversos testes para identificação de déficits de força e mobilidade ajudando assim o fisioterapeuta na avaliação e guiando o raciocínio clínico no contexto preventivo.

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