Aplicação da termografia na prática clínica do fisioterapeuta no futebol

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O futebol é uma atividade de alta intensidade, no qual o consumo de oxigênio dos atletas atinge em média 80-90% do Vo2 máximo (Bangsbo et al., 2003; Weineck et al., 2004). Essa elevada exigência metabólica pode gerar marcadores bioquímicos de dano muscular, como o nível sérico de lactato sanguíneo, e ter como consequências a sensação retardada de desconforto, presença de dor ou de lesão muscular (Leite et al., 2009).

A atividade plasmática da creatina-quinase (CK) também vem sendo  considerada um importante marcador para identificar possíveis danos musculares, devido a sua elevada concentração após exercícios de alta intensidade (Cruzat et al., 2007; Mäkinen et al., 1998).

A termografia vem sendo utilizada no futebol para registrar padrões térmicos corporais e detectar variações de temperatura. Grandes variações podem, precocemente, representar o início de um processo inflamatório, atuando, assim, de forma diagnóstica ou preventiva na ocorrência de algumas lesões. (Tan et al., 2009; Brioschi et al., 2007; Balbinot et al., 2006).

Com o objetivo de corroborar com essa afirmação, o estudo de Bandeira et al., 2012 verificou a possibilidade da utilização da termografia no diagnóstico de lesões causadas pelo treinamento físico em 18 atletas juvenis de futebol. Os atletas foram alocados em 2 grupos:

Grupo experimental: participaram de uma sessão de treinamento de alta intensidade (musculação a 80% da carga máxima).
Grupo controle: participaram de uma sessão de treinamento de baixa intensidade (corrida contínua em 50-60% da frequência cardíaca máxima).

As imagens termográficas foram capturadas na região do quadríceps femoral antes e após o treinamento nos dois grupos. Amostras de plasma foram coletadas apenas no grupo experimental, sendo imediatamente após o treino para lactato desidrogenase (LDH) e 24h após para CK.

Os dados demonstraram uma correlação estatisticamente significativa entre os índices de LDH e CK pós-exercício de alta intensidade e uma diferença significativa no gradiente de temperatura muscular nas imagens termográficas entre os grupos experimental e controle antes e após o treinamento. Esses resultados sugerem que os exercícios de alta intensidade (grupo experimental) foram capazes de produzir microlesões e, consequentemente, desencadear um processo inflamatório, que elevou a temperatura na região dos músculos estudados somente no grupo experimental.

Ademais, não houve correlação entre a diferença de temperatura e os valores da CK. Os autores concluíram que a termografia possui um bom potencial para apoiar os diagnósticos de lesões musculares em atletas. Esses achados nos mostram a potencialidade de mais um método de avaliação, enfatizando a importância deste processo.

Clubes brasileiros de futebol já utilizam essa ferramenta como um aliado no controle de carga de treinamento dos jogadores com o objetivo de prevenir lesões, porque, como já sabemos, é necessário AVALIAR para PREVENIR! Para isso, conte com o PHAST!

Bandeira F et al 2012. Can thermography aid in the diagnosis of muscle injuries in soccer athletes? Rev Bras Med Esporte

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