Dor no quadril e na virilha pode ser uma condição debilitante e persistente em jogadores de futebol (Holmich et al., 1999; Walden et al., 2015). Essa queixa possui uma apresentação clínica complexa e testes de força para musculatura do quadril são indicados como triagem.
Porém, esses testes requerem equipamentos sofisticados e conhecimento operacional (Ardern et al., 2016). Pensando na maior viabilidade no cenário clínico, o Copenhagen five-second squeeze test foi desenvolvido como uma abordagem simples e rápida capaz identificar possíveis disfunções ao redor da sínfise púbica (Holmich et al., 2004; Holmich et al., 2007).
Para realizar este teste, o avaliador coloca um braço entre os tornozelos do avaliado e instrui para que realize uma contração isométrica o mais forte possível por 5 segundos no sentindo de adução do quadril. Posteriormente, o avaliado classifica a dor sentida na virilha durante esta manobra de 0 – 10 na Numeric Rating Scale (NRS),
com 0 representando nenhuma dor e 10 representando a dor máxima na escala numérica. Essa avaliação demonstra uma boa confiabilidade (ICC 0,90) (Thorborg et al., 2016).
– NRS (6 – 10): Luz vermelha indica que o jogador deve parar a atividade atual e procurar um exame clínico de um profissional da saúde.
– NRS (3 – 5): Luz amarela indica atenção, o jogador deve ser avaliado clinicamente por um profissional de saúde antes que a atividade no futebol e o nível de participação sejam decididos.
– NRS (0 – 2): Luz verde indica que esses jogadores não experimentaram nenhuma ou muito poucas restrições de função esportiva no quadril e na virilha e que podem estar aptos a jogar, porém pode ser discutível.
Mas será que essa classificação de dor no teste tem alguma relação com a função do quadril em jogadores de futebol?
O estudo de Thorborg e colaboradores (2016) verificou se houve uma correlação do Copenhagen five-second squeeze test com o questionário autorreportado de função no quadril, o Copenhagen Hip and Groin Outcome Score (HAGOS – Symptoms and SPORT) em 667 jogadores de futebol. Os achados encontrados foram:
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Correlação negativa entre o teste e o questionário tanto no início quanto no fim da temporada, ou seja, quando maior a dor reportada no Copenhagen five-second squeeze test menor era a pontuação no HAGOS.
– Os jogadores que relataram de 6 a 10 na escala numérica tiveram uma mediana abaixo de 50 pontos no questionário, o que indica deficiência severa, muito fora dos valores de referência de jogadores assintomáticos (Thorborg et al., 2014) e no nível de jogadores de futebol que buscam tratamento para dor na virilha relacionada ao adutor (Nevin et al., 2014) ou com síndrome do impacto femoroacetabular (Sansone et al.,2014 e 2015).
– Jogadores que relataram de 0 a 2 na escala numérica tiveram mediana de 97 pontos, de 3 a 5 tiveram 69 pontos e de 6 a 10 tiveram 47 pontos no questionário HAGOS.
Portanto, o Copenhagen five-second squeeze test é um indicador rápido, confiável e válido da função do quadril e virilha em jogadores de futebol. Além disso, o tráfico de luzes pode auxiliar no gerenciamento desses atletas no retorno ao jogo.
Mais uma vez a avaliação mostrando sua grande importância dentro do diagnóstico e reabilitação de lesões. Confira como o APP Phast pode agregar nas suas avaliações, seja mais assertivo!