Lesão do LCA e a influência do controle neuromuscular do tronco

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A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) ainda é muito recorrente, principalmente em atletas. Grassi A. (2020) apontou que em cada equipe de 25 jogadores, é possível que ocorra uma lesão de LCA a cada 2 anos. Haja vista a recorrência dessa lesão, é necessário analisar todas as consequências geradas ao atleta, dentre elas, o afastamento das suas atividades. Mesmo após cirurgia e reabilitação, é possível que o indivíduo apresente dores no joelho e tenha um risco aumentado de desenvolver osteoartrite de joelho (Dunn & Spindler, 2010; Lohmander et al., 2004; Ruiz et al., 2002).

O estudo de Villa e colaboradores (2020) analisou 148 lesões de LCA em 10 temporadas do futebol profissional italiano com o objetivo de constatar os mecanismos de lesão dessa estrutura. Desta forma, foi observado que 88% das lesões de LCA sem contato direto com o atleta, sendo 44% por contato indireto e 44% sem contato.
As situações em que ocorreram as lesões durante o jogo, foram no ataque (55,47%), equilíbrio pós chute (19,16%), aterrissagem de um salto (8,7%) e abordagem (24,20%).

Dentre as alterações biomecânicas comumente preditivas de lesão do LCA e que foram encontradas nesse estudo estão: valgo dinâmico excessivo do joelho, abdução excessiva do quadril, flexão ipsilateral do tronco combinada com a rotação para o lado contralateral. O valgo do joelho foi predominante, estando presente em 83,81% das
lesões.



Sabe-se que o controle neuromuscular do tronco é frequentemente associado a lesões no joelho. Além disso, o déficit de controle nas musculaturas do tronco é associado a uma abdução do quadril, valgo dinâmico e rotação externa da tíbia que podem gerar uma sobrecarga no LCA (Dempsey et al., 2009; Jamison et al., 2012; Fleming et al.,
2001; Kanamori et al., 2002; Markolf et al., 1995; Shin et al., 2009, 2011).

Os dados encontrados nos estudos apresentados sugerem uma necessidade maior de atenção na avaliação dos mecanismos de déficit de controle do tronco, principalmente em atletas. Dessa forma, seria possível reduzir a alta ocorrência da lesão de ligamento cruzado anterior, lesão que pode comprometer o futuro da carreira do atleta.

O aplicativo PHAST possui testes confiáveis e que podem contribuir para uma avaliação mais completa. Desta forma, será possível que o fisioterapeuta tenha uma conduta assertiva, atuando nos principais déficits do atleta e aumentando a confiabilidade dele na própria atuação.

Della Villa F, Buckthorpe M, Grassi A, et al. Systematic video analysis of ACL injuries in professional male football (soccer): injury mechanisms, situational patterns and biomechanics study on 134 consecutive cases. British Journal of Sports Medicine Published Online First: 19 October 2020. doi: 10.1136/bjsports-2020-103241

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