Mecanotransdução: como o exercício auxilia no reparo tecidual

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A mecanotransdução é o processo pelo qual o corpo converte cargas mecânicas em respostas celulares, que promovem mudanças estruturais e teciduais. O artigo de Khan & Scott., 2017, recupera o termo
”mecanoterapia” e apresenta evidências que sustentam como a carga pode ser usada terapeuticamente para estimular o reparo e a remodelação dos tecidos biológicos, com objetivo de responder uma pergunta frequente: “como precisamente o exercício promove a cicatrização dos tecidos?”.

Os autores trazem um esboço do processo de mecanotransdução e exemplificam como o exercício e o movimento podem beneficiar pacientes com uma ampla gama de disfunções musculoesqueléticas (Loudon et al., 2008; Taylor et al., 2005). Para entender como acontece a reparação tecidual através de exercícios é necessário conhecer as três
etapas da mecanotransdução.

  1. Acoplamento mecânico: a perturbação física, direta ou indireta, nas células que compõem um tecido, desencadeia respostas que serão transformadas em uma variedade de sinais químicos, tanto dentro como
    entre as células.
  2. Comunicação célula-célula: as proteínas de sinalização para esta etapa incluem cálcio e Inositol trifosfato. O ponto crítico é o momento no qual um estímulo mecânico local é registrado e é conduzido a uma célula
    distante, gerando um novo sinal.
  3. Resposta efetiva: os efeitos do estímulo mecânico contribuirão para o aumento da síntese de proteínas a nível celular, promovendo remodelação da matriz celular e, consequentemente, reparo a nível
    tecidual.

Temos como exemplo o tendão, que é um tecido dinâmico e mecânico- responsivo. Uma das principais respostas induzidas por carga mostradas in vitro (Banes et al., 1995) e in vivo (Scott et al., 2007; Olesen et al., 2006;
Heinemeier et al., 2007) no tendão é uma regulação positiva do fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-I), que está associada à proliferação celular e remodelação da matriz no tendão. Alfredson et al examinaram a estrutura do tendão por ultrassom em escala de cinza em 26 tendões com tendinose de Aquiles, que foram tratados com exercício excêntrico.

Após um seguimento médio de 3.8 anos, 19 dos 26 tendões tiveram maior normalização da estrutura, medida pela diminuição da espessura e pela redução das áreas hipoecóicas (Ohberg et al., 2004) mostrando que o tendão pode responder favoravelmente à carga controlada após lesão.

Para destacar a importância da mecanotransdução na sustentação da reabilitação musculoesquelética, Khan & Scott., 2017 propõe a reintrodução do termo ”mecanoterapia” para muitas situações onde o exercício terapêutico é prescrito para promover a reparação ou remodelação do tecido lesionado. Segundo os autores essa distinção
destaca a base celular da prescrição de exercícios para a cura de tecidos e reconhece que tecidos saudáveis e lesionados podem responder de maneira diferente à carga mecânica.

Apesar de ser um princípio fisiológico importante para o entendimento do reparo tecidual a nível celular, os autores mostraram que a mecanotransdução não estava sendo identificada como um importante princípio biológico em programas de fisioterapia e medicina.

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