Prevenção de lesões de isquiossurais em atletas

Compartilhe:

Lesões por estiramento dos isquiossurais estão entre as mais comuns no esporte. Estudos anteriores relataram alta incidência de lesões desse grupo muscular no atletismo (Alonso et al., 2009), futebol (Jan Ekstrand, Hägglund, & Waldén, 2011), futebol americano (Brophy et al., 2008), rugby (Brooks, Fuller, Kemp & Reddin, 2005).

Juntamente com uma alta incidência, foi reconhecida alta taxa de re-lesão nos isquiossurais (van der Horst et al., 2016) exigindo assim, uma otimização de protocolos de reabilitação e programas de prevenção. A maioria das lesões ocorre durante alta velocidade na corrida (Brooks, Fuller, Kemp & Reddin, 2006). A causa de lesões nos isquiossurais geralmente é multifatorial, sendo que lesão pregressa, idade avançada, etnia, assimetrias de força, menor flexibilidade e maior fadiga são fatores comumente estudados em relação ao risco de lesão desse grupo muscular (Freckleton & Pizzari, 2013). Hagglund, Waldén e Ekstrand (2006) relataram que uma lesão pregressa aumenta a probabilidade de re-lesão em 3.5 vezes, o que indica grande importância do trabalho preventivo.

A prevenção envolve a modificação de fatores de risco associados à lesão, que geralmente incluem déficits de flexibilidade dos isquiossurais, déficits de força, principalmente força excêntrica do grupo muscular e razão de força do quadríceps/isquiossurais (Heiderscheit, Sherry, Silder, Chumanov & Thelen, 2010). Rok Vatovec, Žiga Kozinc & Nejc Šarabon (2019) desenvolveram uma metanálise que buscou investigar a eficácia de intervenções baseadas em exercícios para prevenção de lesões nos isquiossurais e comparar as intervenções com base em suas variáveis independentes.

Nesse contexto, foi encontrado que intervenções baseadas em exercícios diminuíram a incidência de lesões em cerca de 50%. Programas que incluíram o exercício nórdico (EN) apresentaram redução do risco de lesão em 54%, enquanto programas que não incluíam o EN, reduziram o risco em 48% mostrando efeitos comparáveis. Também foram encontradas reduções comparáveis ​da chance​ de lesão (65% e 56%) para intervenções realizadas ≤2 vezes por semana e intervenções realizadas > 2 vezes por semana, respectivamente.

Além disso, não foram encontradas diferenças significativas para intervenções com progressão da intensidade ou volume do exercício e intervenções com exercícios de cargas constantes. Uma análise adicional foi realizada apenas para intervenções que incluíam o programa FIFA 11+, que reduziu em 55% o risco de lesão nos isquiossurais.

Assim, os resultados confirmam achados de revisões anteriores, que mostraram que as intervenções baseadas em exercícios são bem-sucedidas na redução do risco de lesões dos isquiossurais. O estudo também mostrou que a frequência semanal e a progressão da carga não estão entre as variáveis mais importantes nessas intervenções. Além disso, exercícios excêntricos, de equilíbrio e uma rotina de alongamentos são estratégias eficazes para reduzir as taxas de lesões nos isquiossurais.

Nesse sentido, o programa FIFA 11+, que inclui uma combinação de exercícios de resistência e equilíbrio, pode ser um bom exemplo de intervenção para redução do risco de lesões nos isquiossurais. Dessa forma, torna-se evidente a importância da avaliação periódica dos atletas a fim de identificar fatores de risco associados tanto a essa lesão como
diversas outras.

O PHAST é uma excelente ferramenta de avaliação fisioterápica, que ajuda a guiar o raciocínio clínico do fisioterapeuta no contexto preventivo. Ficou interessado em saber como o PHAST funciona?
CLIQUE AQUI

Explore mais

Precisa de mais ajuda?

Entre em contato com a equipe Phast