Em média 8,6 milhões de lesões relacionadas ao esporte foram documentadas por ano entre 2011 e 2014 nos EUA, o que equivale a uma taxa de incidência de 34 lesões por 1.000 pessoas. A maior parte dessas lesões são entorses e distensões musculares de membros inferiores sofridas durante a prática de esportes como basquete, futebol americano e futebol (42%) ( Sheu et al., 2016). Uma taxa semelhante de 26 lesões por 1.000 pessoas foi calculada na União Europeia, (EuroSafe: Injuries in the European Union 2012-2014).
As lesões traumáticas mais comuns em esportes coletivos como basquete, vôlei, futebol e hóquei em campo, são as lesões ligamentares do tornozelo (15% de todas as lesões esportivas relatadas), seguidas por lesões no joelho (3% de todas as lesões esportivas relatadas) (Ter Stege et al., 2014; Hootman et al., 2007)., As lesões por overuse afetam principalmente a região da virilha (Pettersson et al., 1993) e representam 5% a 10% de todas as lesões relacionadas ao esporte (Esteve et al., 2015).
Os fatores associados a essas lesões podem ter componentes intrínsecos como idade, sexo, saúde geral, aptidão física, e extrínsecos, como local esportivo, equipamento e ambiente (Meeuwisse, 1994; Bahr et al., 2003). Entretanto, o risco de lesões associadas a esses fatores pode ser reduzido com programas de exercícios específicos, podendo ser unimodais ou multimodais (Herman et al., 2012; Hübscher et al., 2010; Myer et al., 2013; Rössler et al., 2014; Sadoghi et al., 2012; Sugimoto et al., 2015; Taylor et al., 2015; Yoo et al., 2010).
Revisões sistemáticas focaram na avaliação da eficácia de programas de exercícios unimodais ,com foco no treino de equilíbrio, e multimodais, focados no treinamento de força, agilidade, pliometria e alongamento. No entanto, foi demonstrado que esses programas de prevenção de lesões, incluindo treinamento de equilíbrio como programa unimodal, não reduziram a incidência de lesões ligamentares do joelho (Hübscher et al 2010; Sugimoto, et al 2015). Da mesma forma, o alongamento não reduziu a incidência de lesões esportivas nos membros inferiores (Lauersen et al 2014).
No entanto, ainda não está claro quais combinações de exercício são mais eficazes na prevenção de lesões nos membros inferiores. Nesse contexto, Brunner e colaboradores 2018 conduziram uma revisão geral para identificar as combinações de exercícios mais eficazes para prevenir lesões nos membros inferiores em atletas de esportes coletivos.
Análise dos dados os autores demonstraram que:
– Em 10 de 11 programas eficazes de prevenção de lesões em membros inferiores, força e equilíbrio são considerados os elementos de treinamento mais importantes para atletas de esportes coletivos.
– Exercícios de agilidade e pliométricos podem ser benéficos na redução da incidência/taxa de lesão do LCA quando realizados em combinação com exercícios de força e equilíbrio como parte de um programa de prevenção de lesões.
No entanto, é evidente que para que um programa de prevenção de lesões seja efetivo é necessário que haja um continuum entre avaliação, intervenção e reavaliação. Dessa forma, o PHAST é um aplicativo de avaliação que contribui muito por facilitar o processo tanto de estratificação em atletas em maior risco de lesão quanto na organização da avaliação em si.
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