Tendinopatia patelar: quatro etapas de sucesso na reabilitação

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A tendinopatia patelar é uma condição presente principalmente em atletas jovens (15 a 30 anos) que participam de esportes que exigem cargas repetitivas no tendão patelar, como exemplo: basquetebol, voleibol e tênis (Lian et al., 2005).

É caracterizada por uma dor anterior no joelho, mais comumente localizada no polo inferior da patela, e está relacionada com atividades que armazenam e liberam energia no tendão patelar, como salto e corrida (Rudavsky et al., 2014; Lian et al., 2005).

De acordo com a fisiopatologia, a tendinopatia pode progredir em 3 fases (reativa, degradativa e degenerativa) a qual ocorre aumento no número e arredondamento de tenócitos e na produção de proteínas, causando edema, degradação da matriz e crescimento neovascular (Khan et al., 1996; Maffulli et al., 2004). Por isso, é de extrema importância realizar uma reabilitação adequada com gerenciamento de carga ótima para o tendão.

Em um comentário clínico publicado por Malliaras e colaboradores (2015) teve como objetivo reunir as melhores evidências disponíveis e opiniões de especialistas para o tratamento da tendinopatia patelar. O protocolo de tratamento foi organizado em 4 etapas!

Etapa 1: Exercícios Isométricos
–  Indicados para diminuir e gerenciar a dor no tendão e para iniciar a carga progressiva músculo-tendão.
–  Dosagem recomendada: 5 repetições mantidas de 45 segundos com 2 minutos de descanso entre elas, 70% Carga Voluntária Máxima (CVM) e 2 – 3x por dia.

Etapa 2: Exercícios Isotônicos (Heavy Slow Resistance Training – HSR)
– Indicado para o fortalecimento e hipertrofia muscular através de amplitudes funcionais de movimento. Exercícios: Cadeira extensora, Leg Press e Slip Squat.
– Dose recomendada: 3 a 4 séries correspondente a 15RM, progredindo para 6RM, realizada a cada dois dias. 3 segundos de fase concêntrica e 3 segundos de fase excêntrica e 2-3 minutos de descanso.

Etapa 3: Exercícios para Armazenamento de Energia
– Indicados para aumentar a tolerância de carga ao tendão e melhorar a potência como uma progressão para o retorno ao esporte. Estão inclusos exercícios de alta intensidade e volume como, saltos, mudanças de direções, acelerações e
desacelerações.
–  A dosagem e os tipos de exercícios dependerão diretamente das demandas do esporte individual de cada atleta tendo como progressão a ADM, altura e velocidade, com repouso de 72h entre os treinos.

Etapa 4: Retorno ao Esporte
– Nesse momento, os exercícios da etapa 3 são substituídos por um retorno gradual ao treinamento e, eventualmente, à competição. Volume e intensidade equivalentes à demanda do esporte e todos os déficits devem ter sido sanados.
– Idealmente, a recomendação de dosagem seria não mais que três sessões de treinamento ou competição de alta intensidade que envolvam exercícios de armazenamento de energia dentro de uma semana no tendão em recuperação, que no esporte de elite é mantido como um princípio para o primeiro ano de retorno.


Os critérios de progressão de cada etapa são individualizados, com base na dor, força e função. Alguma dor é aceitada durante e após o exercício, mas deve se resolver dentro de 24 horas. Para mensurar a dor, é indicado o teste de agachamento unipodal no plano inclinado (teste de tolerância a carga) e uma dor de 3-5 na Escala Visual Analógica (EVA) é considerada aceitável.

Portanto, é de extrema importância realizar a avaliação individualmente de cada paciente tanto nas etapas de reabilitação quanto no retorno ao esporte. Além disso, o artigo traz mais informações de como manejar casos difíceis de tendinopatia patelar que vale a pena conferir!

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